2 de dez. de 2025

PLC Portugal 2025

20 anos de PLC: Produtividade, Liderança e Competitividade!

No passado dia 28 de outubro decorreu no Hotel Eurostars Oasis Plaza na Figueira da Foz, a 20.ª edição do PLC Portugal dedicada à “Produtividade, Liderança e Competitividade”.

Há 20 anos, três empresas – Rittal Portugal, Phoenix Contact e Eplan Portugal– uniram esforços para organizar um evento que apresentasse ao mercado as últimas novidades que integrassem soluções que respondessem às dificuldades do mercado. E assim nascia o PLC, sigla de Produtividade, Liderança e Competitividade! Em 2025 comemoram-se as primeiras duas décadas deste grande evento que desde o início sempre teve como objetivo reunir inovação, conhecimento e partilha num ambiente inspirador.

Esta foi uma edição especial de comemoração de 20 anos de PLC Portugal, e onde se falou da otimização de processos, da formação de lideranças positivas e de como as empresas se podem destacar no mercado.

Phoenix Contact: como podemos tornar o mundo mais sustentável?

Michel Batista, Diretor-Geral da Phoenix Contact, falou sobre os compromissos da Phoenix Contact para tornar o mundo mais sustentável. Relembrou que entrou na Phoenix Contact há 25 anos e já aí havia objetivos muito concretos da empresa na redução das emissões e na proteção do ambiente e do clima. “Todas as empresas deviam ter estes objetivos de reduzir as suas emissões e contribuir para um mundo mais neutro”, resumiu Michel Batista ao explicar que há um compromisso sério da Phoenix Contact de contribuir tecnologicamente para a eletrificação da sociedade e na redução de emissões de carbono, com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica.

Para a Phoenix Contact este objetivo de reduzir as emissões passa muito pela eletrificação da sociedade e uma maior aposta nas energias renováveis. Relembrou as normas ambientais ISSO 14001 e ISO 50001 que atestam a gestão global da energia e do ambiente e que muitas empresas ainda não possuem, o que torna mais complexo de aferir a gestão ambiental através do CWA (Carbon Web Assessement).

Mas como é que a Phoenix Contact está a tornar-se mais sustentável? Através da redução do consumo energético, com fábricas que produzem energia através de painéis solares e que por isso são autossustentáveis, e não esquecendo a compensação das emissões de CO2. Para o futuro, a marca alemã pretende seguir o mesmo rumo tendo um verdadeiro compromisso com um mundo mais sustentável através da aquisição sustentável (exigem aos fornecedores que tenham os mesmos procedimentos de redução das emissões de CO2 para que toda a cadeia de fornecimento possa contribuir para a redução das emissões), na embalagem estão a substituir o plástico pelo papel; também estão a trabalhar na área da logística com a implementação do Skylab, uma ferramenta informática que maximiza as cargas porque um camião só arranca quando está cheio e melhorar a eliminação de resíduos ou até a diminuição dos mesmos. Este é o exemplo que a Phoenix Contact pretende ser para o mercado porque assumem que é urgente haver uma aposta na sustentabilidade das maiores empresas.


 

Eplan ensinou o significado da palavra desaprender!

Desaprender, uma palavra nada comum no nosso dia-a-dia, foi a palavra mais utilizada por Francisco Chacon, Diretor Geral da Eplan Iberia na sua apresentação. Indicou aos presentes, no imediato, que esse era o objetivo da sua apresentação: que desaprendêssemos.

Segundo dita a neurociência, se fazemos a mesma coisa inúmeras vezes isso torna-se um hábito e não nos permite pensar e ser exigentes com os neurónios. Mas, para Francisco Chacon, é muito importante desaprendermos constantemente para pensarmos como podemos fazer as coisas de uma forma diferente. E falou na sua experiência de mudar, frequentemente, a secretária de local dentro do escritório para que possa ver o mundo de diferentes ângulos.

E convidou os presentes a quebrar o caminho neuronal da eficácia e começar a aprender a ser eficientes. Mas porquê e como? Primeiro temos de entender conceitos: eficácia significa alcançar um objetivo independentemente dos recursos utilizados, ao passo que eficiência significa alcançar esse objetivo utilizando o mínimo de recursos possível. Queremos ser eficazes ou eficientes? E há fórmulas que nos ajudam e Chacon mostrou-as:  e .

Vamos pensar em como fazemos um projeto atualmente. Pensamos em quem faz o projeto, com quem o fazemos e como o fazemos. Para Francisco Chacon é importante quebrar este ciclo e pensar em quem fará o que falta do projeto (temos máquinas, sistemas e tecnologia que podem ser aproveitados na realização de um projeto), que metodologias vamos utilizar neste projeto e no final poderemos ver quem fará o que falta. Ou seja, devemos utilizar cerca de 60% do sistema, 30% de metodologias e apenas 10% do trabalho das pessoas.

A Eplan tem tudo isto no seu próprio projeto e, por isso, a sua missão passa por otimizar a eficiência da engenharia nos seus processos de design, fabrico e manutenção dos produtos e projetos dos seus clientes. Isto porque a Eplan pretende dar ferramentas que possam permitir que os seus clientes se posicionem acima dos seus concorrentes, impulsionando a prosperidade e a sustentabilidade dos seus negócios ao longo do tempo.

Francisco Chacon terminou a sua apresentação pedindo aos presentes para aumentarem a sua qualidade de vida, dando mais tarefas ao sistema e às máquinas, libertando os profissionais para outras tarefas.

Da investigação à inovação: Rittal apresenta visão para o futuro da automação industrial

Jorge Faria da Mota destacou um percurso da Rittal ao longo de 64 anos de investigação e desenvolvimento, assinalando também duas décadas de evolução com o PLC Portugal, num período marcado por profundas transformações tecnológicas.

Quando analisamos especificamente o período de existência do PLC Portugal, entre 2005 e 2025, vemos que a Rittal internacional empreendeu uma completa revolução no fabrico de quadros elétricos e de automação. Os produtos foram todos redesenhados tendo em consideração não só a melhoria dos mesmos e sua adequação a aplicações cada vez mais exigentes, como também foram desenvolvidos tendo em conta a implementação dos conceitos de Indústria 4.0, desde a digitalização de todos os processos à integração total com as ferramentas Eplan, produção de gémeos digitais e integração de algoritmos de IA. Toda esta transformação, para acontecer, foi precedida da abertura de 3 novas fábricas, na Alemanha, totalmente automatizadas e onde os dados são trabalhados em tempo real, produzindo diariamente mais de 20Tbytes de informação.

Complementarmente a Rittal reforçou a sua oferta de sistemas de automação com uma linha completa de máquinas como as Perforex (laser e fresagem), sistemas de punçonamento e quinagem, a CM120 e equipamentos automáticos para trabalhar barramentos de cobre, além da expansão do software de monitorização e configuradores como o Ripanel. Este ecossistema integrado tornou-se a base ideal para a entrada da Inteligência Artificial no processo produtivo.

 

Estes 20 anos de PLC foram enriquecidos com uma constante procura de novas soluções que trouxeram ao setor a capacidade de se modernizar e acrescentar valor aos projetos, tornando-os mais flexíveis, e competitivos.

A Rittal e a Eplan apresentaram a sua abordagem conjunta à AI-Driven Industrial Automation, demonstrando como dados muito padronizados, modelos 3D inteligentes e integração completa entre hardware e software permitirão acelerar o design, automatizar layouts 3D e criar valor end-to-end para clientes e parceiros. A IA surge assim como a tecnologia que irá aumentar a eficiência dos designers e transformar o fabrico de quadros elétricos.

Olhando para o futuro, a empresa projeta novas soluções que consigam responder às exigências da computação avançada, com destaque para sistemas de arrefecimento direto a líquido que podem fornecer até 1 MW de potência de arrefecimento, num único rack, essenciais para datacenters dedicados à IA. Entre as grandes novidades destaca-se ainda o Riline X, sistema de barramentos protegidos, modular, considerado por várias revistas da especialidade como o produto do ano. Esta nova solução de barramentos foi apresentada como sendo o “game changer” no fabrico de quadros de energia, reforçando o compromisso contínuo da Rittal em investigar e inovar para os próximos 20 anos.

Ecossistemas colaborativos moldam o futuro industrial

Da parte da tarde decorreu uma mesa redonda subordinada ao tema das operações industriais inteligentes e o que irá ditar o futuro. A mesa redonda contou com a presença de Nelson Compadrinho da Introsys, Jorge Faria da Mota da Rittal, Michel Batista da Phoenix Contact e Ramón Rodríguez da Eplan e, com moderação de Ricardo Silva da CIE – Comunicação e Imprensa Especializada.

Para a Introsys é muito importante a construção de sistemas colaborativos porque mostra o real valor da colaboração e os benefícios que podemos retirar sobretudo para acelerar a transformação digital. Nelson Compadrinho sublinhou que, num mundo industrial cada vez mais complexo, nenhuma empresa consegue sozinha desenvolver soluções completas e plenamente integradas. A união entre especialistas como Rittal, Phoenix Contact, Eplan e Introsys permite reduzir tempos de implementação, melhorar a interoperabilidade e gerar inovação. Cada um destes parceiros desempenha um papel essencial: infraestrutura e hardware, software e engenharia, automação e conetividade, integração e controlo. É esta combinação que torna possível entregar projetos mais rápidos, mais robustos e alinhados com as necessidades reais do mercado.

Mas o que define, afinal, uma operação industrial inteligente? Em equipa, Rittal e Eplan, por Jorge Faria da Mota explicaram que não se trata apenas de tecnologia avançada, mas de um ecossistema capaz de perceber, analisar, aprender e agir de forma contínua. A inteligência nasce de dados consistentes e processos integrados. Ramón Rodríguez reforçou que o ponto de partida não é necessariamente tecnológico: é preciso compreender como os dados fluem na organização, ou seja, de onde veem, quem os utiliza, onde se perdem, como se duplicam. Depois teremos de fazer a análise dos processos, identificando obstáculos que dificultam a integração entre engenharia, produção e manutenção. Só com estes dois pilares solidificados é possível evoluir para o terceiro passo: as pessoas.

A convergência entre IT (Tecnologia da Informação) e OT (Tecnologia Operacional), por sua vez, já não é um conceito futurista mas uma realidade. Para Michel Batista da Phoenix Contact, do ponto de vista tecnológico não existem barreiras: protocolos, normas de cibersegurança e ferramentas modernas permitem atualmente uma integração plena. A troca de dados entre sistemas de produção, qualidade, manutenção e gestão energética é já uma prática em muitas fábricas portuguesas. Mas subsistem desafios humanos e estratégicos. Saber que é tecnicamente possível não basta; é preciso definir objetivos claros, garantir competências e criar equipas preparadas. Caso contrário, o risco é desperdiçar recursos ou gerar frustração. A integração avança, mas exige maturação, visão e continuidade.

Em conjunto, as perspetivas de todos na mesa convergem num ponto comum: a indústria do futuro será colaborativa, inteligente e muito conetada. E o progresso dependerá tanto da tecnologia como da capacidade das organizações de aprender, integrar e evoluir.

Depois da mesa redonda seguiu-se um momento de descontração e divertimento com meia hora de stand-up comedyRir é o melhor negócio” com Jorge Serafim. Destaque ainda para o espaço de exposição do PLC Portugal que reuniu as mais recentes soluções tecnológicas, promovendo a inovação e a partilha entre profissionais do setor. O espaço esteve sempre dinâmico, com demonstrações e momentos de networking descontraído. Foi uma excelente oportunidade para conhecer novidades e fortalecer ligações na área da automação industrial. O PLC 2025 terminou com o corte de um bolo e a celebração desta histórica edição, e com um agradecimento das empresas organizadoras a todos os presentes pela participação constante ao longo destes vinte anos. Para o futuro prometeram continuar na senda de uma maior produtividade, liderança e competitividade!